Não reduzir na lombada é hilário, aceita CONAR
“Verdades sobre o Gol n° 72”
Representação n° 61/07
Autor: Conar, a partir de queixa de consumidor
Anunciante e agência: Volkswagen e Almap/BBDO
Relator: João Monteiro de Barros Neto
Segunda Câmara
Decisão: Arquivamento
Fundamento: Artigo 27, nº 1, letra “a” do Rice
Um consumidor carioca e uma consumidora de Cascavel queixaram-se contra comercial de TV da Volkswagen que afirma que o “O Gol não passa na lombada. A lombada foge antes” e recomenda que o consumidor “use sem dó”. Segundo as denúncias, a peça faz sugestão de direção em velocidade excessiva e desrespeito às regras de trânsito.
Anunciante e agência esclareceram que a peça foi inspirada em uma brincadeira que circula na internet sobre “As verdades sobre Chuck Norris”, onde o ator é citado com feitos fantasiosos e hilários, sem nenhuma conotação negativa ou afronta ao Código.
O relator concordou com os argumentos da defesa e recomendou o arquivamento da representação, aceito por maioria de votos.
Fonte: resumo dos acórdãos julgados durante o mês de abril pelo Conselho de Ética do Conar em reunião realizada dia 19, em São Paulo.
É verdade, os pedestres são obrigados a assistir filmes de Chuck Norris. São a maioria da população: não têm carro, nem dinheiro para o cinema, também não podem dar um passeio com a família, porque no bairro não há onde passear de graça, são obrigados a encarar os enfadonhos filmes de ação da Globo e SBT nas noites de descanso.
Os filhos e pais do pedestre de meia idade não têm a aptidão física exigida pelas ruas. O pedestre tenta defender os seus, educando-os a sobreviver na grande cidade. Aos idosos dá conselhos de cuidado, já que perderam a capacidade de correr para desviar de automóveis a 60km/h. Aos filhos dedica atenção e advertências, eles ainda estão aprendendo – aos gritos de “não vai pra rua!” – que o mundo é delimitado, que a parte do universo onde o chão é preto de asfalto é proibido aos que insistem em caminhar.
O pedestre de meia idade não confia em Chuck Norris, não confia num país onde agências de publicidade se auto-regulamentam. Ele não tem internet e não entendeu os mencionados “feitos hilários” da peça publicitária. Sabe que estas referências argumentadas pelo anunciante estão lá no intervalo comercial de rede de TV sob concessão pública e acha que um equipamento de segurança, como a lombada, não deveria correr de medo de um carro da Volkswagen.
Technorati tags: carro, volkswagen, conar.
achei muito importante seta reportagem
flavio
setembro 25, 2007 at 17:14
[…] CONAR aceita campanha da Volks que ridiculariza preocupação com velocidade Não reduzir na lombada é hilário, aceita CONAR Novo Fiat Palio: a emoção está […]
Dirija fora da linha « Panóptico
outubro 8, 2007 at 12:36
[…] pela família. Dizem que os pais censuram sua criatividade e que estes não entendem nada sobre o apelo hilário do trio pastel, refrigerante e chocolate como jantar. Decidiram que vão auto-regulamentar suas […]
Censura e demissão no Jornal do Comércio de Porto Alegre « Panóptico
dezembro 5, 2007 at 18:59
[…] dos animais com dedo opositor desenvolvido, mas eles esquecem que no Brasil temos o CONAR sempre alerta para nos […]
Sobre carros e asas: não seria uma vergonha se só andássemos de carro? « Panóptico
junho 21, 2008 at 18:00
[…] profissional e seu conselho de sábios do CONAR carro é para quem se contenta com muito, os equipamentos de segurança no trânsito são hilários e qualquer veículo automotor pode ser “eco” e […]
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junho 21, 2008 at 18:55